🔎 A alotriofagia, conhecida como síndrome de pica, é um distúrbio alimentar em que a pessoa sente vontade de comer substâncias que não são alimentos.
“Na prática clínica, a gente começa a desconfiar quando esse comportamento é frequente e a pessoa não consegue explicar o motivo, ou não acha estranho. Às vezes vem acontecendo há meses e ela só comenta por acaso“, diz a nutricionista Jaqueline Lagares à Catraca Livre.
O nome “pica” vem da ave Pica pica, conhecida por comer de tudo. A síndrome se caracteriza pelo consumo recorrente de substâncias como terra, gelo, sabão, cabelo, papel, plástico ou tecido.
É preciso observar a frequência e duração. Um episódio isolado não costuma preocupar, mas se a prática persiste por semanas ou meses, é necessário buscar ajuda.
Esse transtorno pode causar problemas sérios, como intoxicações, infecções, obstrução intestinal, danos nos dentes e deficiências nutricionais.
❓ Grupos mais vulneráveis:
– Crianças pequenas
– Gestantes
– Pessoas com transtornos do desenvolvimento ou deficiência intelectual
– Pessoas com deficiência de ferro e zinco
“Às vezes, a vontade de comer terra é uma forma do corpo ‘avisar’ sobre a falta de nutrientes, mas nem sempre é só isso“, explica Jaqueline.
Adultos também podem apresentar, especialmente em quadros emocionais ou nutricionais graves.
❓ Quando procurar ajuda?
Quando o comportamento afeta a saúde física, emocional ou rotina, ou se torna compulsivo e difícil de controlar. O diagnóstico é clínico, baseado na ingestão de itens não comestíveis por ao menos 30 dias.
Em casos de complicações, exames podem ser solicitados, e o tratamento pode envolver psicólogo, psiquiatra, clínico geral ou pediatra.
O nutricionista identifica deficiências e orienta a alimentação. Quando há carência de ferro ou zinco, a reposição pode ajudar, mas cada caso exige avaliação individual.
Conteúdo em parceria com João Gabriel Braga (Médico – CRMGO 28223)
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SÍNDROME DE ALOTRIOFAGIA
